por Adriano Brandão
¡Arriba México!
Nós, que falamos português, temos uma relação meio distante com nossos vizinhos de continente. (Por isso desconfio do conceito de “América Latina” – somos muito diferentes.) O que dirá dos hermanos do norte, os mexicanos. O que conhecemos da música mexicana?
Creio que a peça de concerto mexicana mais conhecida é a “Sinfonia índia”, de Carlos Chávez, obra de 1936.
Oficialmente batizada como Sinfonia no. 2 (pertecendo, portanto, ao cânone sinfônico de Chávez), a “Sinfonia índia” é muito menos uma sinfonia do que uma abertura sinfônica. Em movimento único de mais ou menos 15 minutos, a obra apresenta diversos temas realmente indígenas, coletados nas pesquisas etnomusicológicas que Chávez fez no México. Há pouco desenvolvimento temático, o que nos permite afirmar: sinfonia é o que o autor chama de “sinfonia”, e pronto.
Além dos temas indígenas, realmente inusitados (Copland, amigo de Chávez, costumava chamar a atenção para o quão diferentes são essas melodias), a “Sinfonia índia” atrai pelas cores instrumentais: diversas percussões típicas mexicanas são introduzidas na orquestra sinfônica, e elas realmente não nos dão muito descanso!
Mexicana, indígena, percussiva, colorida, a obra de Chávez ainda assim é filha de seu tempo: suas sonoridades secas e sua forma clara e direta declaram o neoclassicismo evidente. Isso é música clássica: todo tipo de conteúdo dentro de uma linguagem que pertence a uma linha contínua, histórica, que não para de evoluir.
Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!Post escrito por Adriano Brandão em 09/09/2012. Link permanente.