Dvorák

Quinteto para piano no. 2

por Adriano Brandão

Na semana passada comentei sobre o Quinteto para piano de Shostakovich. Acho que tenho especial gosto por quintetos para piano :) Hoje o papo é o Quinteto para piano no. 2 de Dvorák, uma obra bem anterior, de 1887.

Quintetos para piano – formados por quarteto de cordas mais piano – são uma especialidade romântica. O século 19 viu nascer uma linda mas curta linhagem de grandes obras-primas, começando pelo quinteto de Schumann, passando pelo de Brahms, este de Dvorák, o de Elgar, o de Shostakovich e o segundo de Martinu.

(Ei, ei, ei! E o Quinteto “A truta”, de Schubert? Bem, ele é um quinteto para piano diferente: o segundo violinista do quarteto de cordas clássico é substituído por um contrabaixista. Devemos considerá-lo um quinteto como o de Schumann e Brahms? AMIGO INTERNAUTA, já sabe: cartas para a redação!)

Dvorák, pelo menos para mim, é sinônimo de melodias de arrepiar os pêlos do dedão do pé. O cabra tinha o dom de criar temas absurdamente lindos a partir dos moldes populares de sua Boêmia natal. E este Quinteto não foge à regra: é um transbordamento de beleza melódica, do início ao fim.

O melhor exemplo disso é o segundo movimento, uma “dumka”. “Dumky” são baladas tradicionais eslavas, típicas por alternarem momentos melancólicos com partes bastante agitadas. Meus amigos, esta “dumka” é feita do mesmo material do que os sonhos são feitos.

Dvorák também é sinal de maravilhoso trabalho harmônico. Escute e tente sacar os acompanhamentos. É inventivo, é bonito, é demais. Merecedor ou não do SELO DE EXCELÊNCIA DO GRANDE CARVALHO expedido pelo governo cá desta Ilha Quadrada? Ouça e julgue você mesmo ;-)

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Post escrito por Adriano Brandão em 11/10/2012. Link permanente.