por Adriano Brandão
Continuamos nossa saga por aquele que é, provavelmente, o ano mais miraculoso da história da música: 1828, quando Franz Schubert nos presenteou com obras incríveis, um pouquinho antes de morrer.
Foi um período de atividade impressionante. No verão desse ano, Schubert compôs aquela que é provavelmente a sua mais importante obra de câmara e uma das maiores de todos os tempos: o seu Quinteto de cordas em dó maior.
O Quinteto, instrumentado para um quarteto de cordas com violoncelo adicional (não viola, como usual), apresenta todas as características da última fase schubertiana, elevadas a um grau inédito de pureza e intensidade. Formas gigantes – só o primeiro movimento tem cerca de 20 minutos! -, constante oscilação maior-menor e, principalmente, TONELADAS de momentos ARREPIO.
Prepare-se: é uma montanha russa de emoção, maravilha melódica, beleza harmônica de tirar o fôlego e momentos FODAMENTE SUBLIMES do início ao fim. A obra começa com um enorme pórtico para esse mundo em que a nossa relação com o tempo é totalmente diferente. Solene e dramática, essa introdução leva ao famoso tema do “pam-pam-pam”, totalmente diverso. E essa mistura de ingredientes contrastantes culmina em um desenvolvimento incrivelmente intenso e emocionante.
Chegamos ao movimento lento. Ah, o movimento lento…! Um adagio que foge de qualquer descrição. Ele contém talvez a música mais bela e comovente (e triste) jamais composta. E sua seção central, desesperada e turbulenta, acrescenta uma camada extra de patetismo e emoção a essa música que já está no extremo da sensibilidade. Olha… é teste para cardíaco!
Tem mais? Tem muito mais! Um scherzo de arrancar os telhados da casa e um finale rápido, meio cigano, que tentam tornar o ambiente mais leve. Mas a impressão dos dois movimentos iniciais permanece lá, na memória, para sempre.
Hoje não é quarta, mas vamos abrir uma exceção: o Quinteto de cordas de Schubert é DO GRANDE CARVALHO demais! Ouça, ouça, ouça!
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Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!Post escrito por Adriano Brandão em 28/11/2012. Link permanente.