por Adriano Brandão
Ah, anos 80! Época do Atari, dos Goonies, das luzes de neon, das roupas de plástico, de Ferris Bueller, do Falcon, do Dip’n’Lik e do Lanchinho Mirabel!
Hoje esta Ilha começa uma programação especial dedicada à nostalgia dos anos 1980, com QUATRO posts. Uau! \o/
O que aconteceu na música dos anos 80? Madonna e Michael Jackson? Também ;-) Vamos começar nosso panorama musical oitentista com uma das melhores obras do compositor mais emblemático e polêmico da época, o americano Philip Glass. Acho que ele é o músico de concerto que simboliza melhor esses anos tão plastiquentos, barulhentos e coloridos.
Seu Concerto para violino, obra de 1987, representa a entrada de Glass em uma nova fase. Antes totalmente dedicado ao teatro (difícil desassociar seu nome das óperas “Einstein na praia”, “Satyagraha” e “Akhnaten”), a partir deste concerto Glass se dedica cada vez mais à música sinfônica (“Itaipu”, “A luz”, as duas primeiras sinfonias).
A desgraça é que quanto mais Glass tenta a forma tradicional, mais rala e óbvia vai ficando sua música. O criador realmente original, viçoso, que inventou no teatro uma linguagem nos anos 70 e 80, se transformou na sala de concertos em um emulador e repetidor de clichês nos anos 90 e 2000. Lástima.
(Aliás, o Concerto para violino acabou sendo renomeado para Concerto para violino no. 1, pois Glass compôs outro concerto em 2009. Chamado “As quatro estações americanas”, o Concerto no. 2 é verdadeiramente lamentável.)
Mas o Concerto para violino – o original, o no. 1 – ainda é música interessante. Creio que seja a melhor tentativa de Glass de usar a linguagem minimalista em uma forma super tradicional como o concerto. Ele explora as características do concerto para violino romântico – pense em Beethoven, Mendelssohn, Brahms, Sibelius – dentro do estilo minimalista que o consagrou. O resultado chama a atenção – tanto que a primeira gravação da obra foi feita por ninguém menos que Gidon Kremer.
A gravação abaixo, possivelmente até melhor que a de Kremer, é do violinista americano Robert McDuffie. Coloque a fita cassete em seu Walkman, aperte o play e… CURTA!
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Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!Post escrito por Adriano Brandão em 13/09/2012. Link permanente.