Nielsen

Concerto para violino

por Adriano Brandão

Uma idiossincrasia musical minha é a paixão que SÓ EU tenho pela obra do compositor dinamarquês Carl Nielsen.

OK, #mimimi meu. :) Ele não é um autor assim tão esquecido! Aliás, anda em alta, pelo menos entre os regentes da nova geração. Alan Gilbert, diretor da Filarmônica de Nova York, rege hoje os concertos para violino e flauta de Nielsen, e divulgou ontem um vídeo em que explica o amor que tem por essa música (aqui: http://www.youtube.com/watch?v=LJ3CFTF3thc). Gustavo Dudamel, titular da Filarmônica de Los Angeles, já contou em entrevistas o quanto gosta de Nielsen. Portanto: estou em boa companhia! \o/

Nielsen ficou famoso por suas seis sinfonias. A mais célebre delas provavelmente é a Quarta, de nome curioso – “A inextinguível” – e música pra lá de fodástica. Mas, ahá!, não vou falar dela não! De olho no evento novaiorquino, o papo hoje é sobre o Concerto para violino, obra de 1911, período intermediário da carreira de Nielsen.

Qual é a seleção dos grandes concertos para violino do repertório? Escalação na ponta da língua: Beethoven no gol, Mendelssohn na zaga, Brahms e Tchaikovsky no meio-campo, e Sibelius no ataque. Acho que o concerto de Nielsen conseguiria uma vaguinha fácil no banco de reservas! (Entrando com frequência no lugar do Tchaikovsky no segundo tempo… eu, pelo menos, faria a substituição com gosto!)

Creio que ele não se consolidou tanto no repertório por ser um tantinho longo e ter uma estrutura meio desigual: quatro movimentos dois a dois, com um prelúdio inaugural ABSURDAMENTE MARAVILHOSO e um lindo adagio pareados com partes rápidas menos marcantes. Mas, puxa!, notem que nesses movimentos de – teoricamente – menor interesse, Nielsen colocou duas cadências incríveis para o solista. Acho a primeira, em especial, de botar fogo na roupa e sair correndo!

O estilo de Nielsen é instigante. Lembra Brahms, é relativamente conservador, mas as melodias são inusitadas, as harmonias são mais “secas” e volta e meia aparecem trechos que chamam a atenção por sua ousadia e modernidade.

Escutem, escutem! Dêem uma chance ao nosso amigo Carl. Não ele, mas VOCÊS merecem ;-)

Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 10/10/2012. Link permanente.