Poulenc

Concerto para dois pianos

por Adriano Brandão

Cansaço extremo ao final de um dia puxado. Quem nunca?

Já recomendei aqui Handel como um bálsamo universal. Há outros, porém :) Dvorák é um grande favorito nessas horas, mas um predileto insuspeito é mesmo Francis Poulenc.

Acho as obras de Poulenc, principalmente as concertantes, energéticos sensacionais. Descem macio e reanimam? Talvez! :-D

São espirituosas, divertidas, extremamente inventivas, cheias de referências engraçadas e, principalmente, descontraídas. OK, não são assim um poço de profundidade, mas quem quer sisudez e grande filosofia o tempo todo?

Abaixo, uma das peças mais famosas de Poulenc, o Concerto para dois pianos, de 1932. Ela reúne todas as características que citei. Gosto especialmente do movimento lento. Ele começa da maneira mais mozartiana possível, para em seguida passar para um modo clássico de Poulenc (por falta de outro nome chamo de “estilo cabaré francês”). No meio do movimento, o cabaré dá lugar novamente a Mozart – quase uma citação literal do Concerto no. 21, desfigurada imediatamente, abruptamente, no meio do tema. Sim, uma música duas caras. É estranho, é doido, É PRA LÁ DE LEGAL!

Escutem, escutem, e salvem o seu dia! \o/ O vídeo é incrivelmente especial: um dos pianistas é o próprio compositor, e o regente é o elegante e expressivo Georges Prêtre, ainda novinho. O som é bem bom, apesar da idade. Épico!

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Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 18/10/2012. Link permanente.