Sibelius

“Luonnotar”

por Adriano Brandão

Gente, o mundo foi criado assim:

Uma ninfa dos ares, Luonnotar, flutuava no universo quando se cansou de sua rotina e resolveu nadar. Passou 700 anos assim, quando uma forte tempestade fez o oceano ficar revoltoso. Assustada, Luonnotar pede ajuda ao deus Ukko. Em seguida, como do nada, surge uma pata, procurando por um lugar para depositar seus ovos. Luonnotar a ajuda, levantando seus joelhos do mar e permitindo que a pata faça um ninho ali. Os ovos então chocam em fogo, queimando Luonnotar, que por reflexo joga o ninho no oceano. Resultado do acidente: a parte de cima da casca se tornou o céu, a gema se tornou o sol, as claras se tornaram a lua e os pedacinhos quebrados do ovo viraram as estrelas.

Os fatos acima, devidamente registrados no “Kalevala”, são representados pelo compositor finlandês Jean Sibelius em seu magistral poema sinfônico com voz, “Luonnotar”, de 1913. Obra única do repertório, é uma espécie de super resumo do estilo de Sibelius – criador tão ligado à música do século 19 quanto profundamente moderno e inovador. Ainda falaremos muito de Sibelius cá nesta Ilha ;-)

Quando conheci “Luonnotar”, fiquei imediatamente apaixonado pela obra. Assim, instantâneo. É muito raro isso acontecer! Espero que vocês também fiquem malucos por essa música tão especial. GO GO GO!

[A gravação abaixo, incrível, é da soprano Phyllis Bryn-Julson, regida por Alexander Gibson.]

Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 29/08/2012. Link permanente.