Stravinsky

Octeto para sopros

por Adriano Brandão

Tem vezes que uma música gruda em nossa cabeça, meio sem motivo aparente. Acontece comigo com alguma frequência :)

Hoje foi o dia do Octeto para sopros do nosso amigo Igor Stravinsky. Neste sábado eu fui à feira e – batata – não resisti: fiz as compras “subcantarolando” o Octeto praticamente o tempo todo. Pobres feirantes!

O Octeto, composto em 1923, é a obra quintessencial do neoclassicismo stravinskiano (falei bonito!). Em quinze minutos, mais ou menos, estão ali concentradas todas as características que Stravinsky iria imprimir às suas obras por muitos e muitos anos: sons secos – haja “staccati” – em formas clássicas como sonata, variação e fuga.

Foi sua primeira obra conscientemente neoclássica, e serviu como manifesto dessa nova estética. O público da estreia não entendeu nada, mas a peça em pouco tempo tornou-se uma das mais influentes do compositor russo.

E é uma delícia! O estilo neoclássico de Stravinsky muitas vezes gerou obras controversas como a Sinfonia em dó, o Concerto para cordas em ré, as “Cenas de balé”, mesmo o oratório “Édipo rei” – coisa toda muito chata, IMHO. Mas o Octeto é uma festa. OUÇÃO!

[Difícil foi achar um vídeo legal no YouTube. Este, apesar do áudio marromeno, apresenta, sem imagens, uma bela interpretação regida por Riccardo Chailly.]

Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 02/09/2012. Link permanente.