Camargo Guarnieri

Sinfonia no. 3

por Adriano Brandão

Brasil-sil-sil!

Enquanto todos estão votando, vamos de música brasileira. Hoje vou falar do maior sinfonista brasileiro, o grande representante do neoclassicismo sinfônico cá destas terras: Camargo Guarnieri.

A obra abaixo é a sua Sinfonia no. 3, de 1952. Três coisas chamam imediatamente a atenção nesta sinfonia: a clareza da forma, a limpidez da orquestração e das harmonias, e os temas. Sim, os temas. Guarnieri costumeiramente usa melodias de perfume modal, em estilo sertanejo-nordestino. É a marca mais nitidamente nacionalista do estilo de Guarnieri. (No movimento lento da sinfonia há inclusive o empréstimo de melodias folclóricas reais, fáceis de serem reconhecidas.)

De resto, ele é um neoclássico de pedigree, a ser confundido com pares como Holmboe ou Harris. Notem que esta Terceira Sinfonia tem os três movimentos clássicos do estilo. Guarnieri apenas acrescenta uma introdução lenta que – uia! – reaparece no final do primeiro movimento, formando um interessante arco.

A música é realmente muito boa! Quem gosta de Bartók ou Stravinsky ou Martinu ou Shostakovich deveria frequentar mais nosso amigo Camargo Guarnieri. Por que o escutamos tão pouco? Reflexo disso está no próprio YouTube: há uma certa escassez de vídeos com sua música. Das poucas gravações disponíveis, destaca-se o ciclo da OSESP para a gravadora sueca BIS, de onde o vídeo abaixo foi tirado.

Boa audição, bom domingo e… bom voto!

Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 07/10/2012. Link permanente.