Lopes-Graça

Sinfonia

por Adriano Brandão

Ontem falamos de música brasileira. Vocês sabiam que 40% dos seguidores desta Ilha Quadrada são portugueses? Obrigado, Portugal! \o/

Já mostrei aqui a Primeira Sinfonia de Joly Braga Santos. Hoje vamos apresentar a minha obra favorita de compositor português: a Sinfonia de Lopes-Graça.

Fernando Lopes-Graça é provavelmente o principal compositor português. Vocês podem me ajudar nisso :) A trindade da música portuguesa seria Seixas, Freitas Branco e Lopes-Graça?

De perfeita feitura neoclássica, esta Sinfonia (que o autor chamou de “per orchestra”; o motivo de tal ênfase me escapa) foi composta em 1944. É uma obra contemporânea exata da Terceira de Martinu e da Quinta de Holmboe e isso prova: ao contrário de Braga Santos, Lopes-Graça é um compositor perfeitamente afinado com seu tempo. (A Segunda de Camargo Guarnieri, de estilo parecido, é de 1945. A Terceira de Honneger também. Já a Terceira de Roy Harris é de 1939. Os anos 1940 foram a primavera do sinfonismo neoclássico.)

A Sinfonia de Lopes-Graça tem três movimentos (expediente típico da época também). Chama a atenção o último, uma passacaglia sobre um pequeno tema folclórico.

Uma obra tão bem escrita e tão interessante deveria ser mais difundida. A gravação abaixo (em quatro partes, atenção) foi praticamente a única existente por bastante tempo. Feita na Hungria comunista, tem som ruim. A Naxos lançou agora uma gravação moderna dessa sinfonia, com o bravo Álvaro Cassuto. Parabéns a ambos, gravadora e regente, grandes divulgadores da música portuguesa.

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Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 08/09/2012. Link permanente.