Enescu

Deceto de sopros

por Adriano Brandão

Dúvida cruel: qual o limite da música de câmara? Onde começa a música orquestral?

Começo assim indagativo pois a obra de hoje desperta certa dúvida – é o Deceto para sopros do compositor romeno George Enescu, escrito em 1906. Deceto! A palavra é tão rara que tive que pesquisar para ver se existia (Enescu chama a obra, em francês, de “Dixtuor”). Parece que sim.Deceto é uma obra escrita para um grupo de dez instrumentistas. DEZ! É uma orquestra? Ou um conjunto, tipo um quinteto, mas duas vezes maior? Xi… Na dúvida, é música de câmara, OK? :)

Enescu foi um músico realmente prodigioso. Caso raríssimo de duplo virtuose, igualmente fantástico ao violino e ao piano. E era um excepcional regente. E um belíssimo compositor, criador de obras admiráveis. Não à toa tornou-se lenda em seu país, a Romênia. Até a cidade onde nasceu foi renomeada em sua honra: de Liveni para George Enescu. :-O

A obra mais conhecida de Enescu é, sem dúvida, a Rapsódia romena no. 1, de 1901. Mas ele também compôs três notáveis sinfonias, num estilo complexo, hipercromático, próximo de Mahler ou Suk. Mais a ópera “Édipo”, sonatas para piano, sonatas para violino, quartetos de cordas… o cara era FODA mesmo!

Eu particularmente adoro música para sopros. E acho esse Deceto de Enescu – para duas flautas, dois clarinetes, dois fagotes, duas trompas, oboé e corne inglês – uma peça maravilhosa, deliciosa do início ao fim, que deveria ser muito mais conhecida.

Que harmonias lindíssimas…! E a instrumentação é tão variada, tão sinfônica, que muitas vezes fico na dúvida: é mesmo música de câmara?

Ops, voltei ao início. :-P Esqueçam tudo isso e APERTEM LOGO O PLAY!

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Post escrito por Adriano Brandão em 11/12/2012. Link permanente.