Mendelssohn

Concerto para violino

por Adriano Brandão

Carvalho!

Chegou o momento que todos esperavam: quarta-feira, o dia de homenagearmos grandes, enormes, imensas, gigantescas, gargantuescas obras-primas da histórias, com o prestigiosíssimo SELO DO GRANDE CARVALHO. \o/

O selo é garantia absoluta de altas emoções. Hoje ganha o prêmio o maravilhoso Concerto para violino de Felix Mendelssohn, de 1844. Última obra orquestral do compositor, tornou-se rapidamente um dos concertos mais populares do repertório – muito merecido!

Antes mesmo de Liszt (seu Concerto para piano no. 1 é de 1849), o concerto de Mendelssohn espantosamente adianta alguns recursos típicos da forma cíclica lisztiana. Vejamos: movimentos interligados, tocados sem interrupção, alguns temas levemente derivados uns dos outros, a cadência colocada no desenvolvimento do primeiro movimento (e por isso é escrita e não deixada a cargo do solista: tem função formal)… são várias novidades.

(E Liszt ainda tinha a coragem de chamar Mendelssohn de provinciano e conservador? Qualé!)

O concerto começa de maneira bem diferente do de Beethoven: o solista atacando o tema principal, antes da orquestra. E que tema maravilhoso! O movimento evolui para a super cadência não-improvisada, que serve de ápice do desenvolvimento e que consegue confundir: onde estamos? Ficamos assim, meio perdidos, até que o tema inicial volta e demarca claramente: estamos no primeiro movimento, oras!

O allegro inicial termina e uma nota sustentada no fagote faz a ponte diretamente para o maravilhoso andante, de intenso lirismo, que caminha para uma seção central mais escura e dramática. Acaba e… o violino imediatamente começa uma espécie de cadência de transição, derivada do tema do início do concerto. Os ouvintes ficam nesse suspense por alguns segundos, até os metais anunciarem claramente o último movimento: um rondó brilhante, rápido e virtuosístico – um finale DO GRANDE CARVALHO para um concerto idem!

Outros grandes concertos para violino surgiriam depois. O de Brahms, o de Sibelius, o de Tchaikovsky. Antes dele, o gigante, o concerto de Beethoven. Mas o que permanece eternamente fresco no repertório, como se tivesse sido composto ontem mesmo, é o de Mendelssohn. Ele faz parte da seleta categoria das obras que parecem viver em eterna primavera :)

Dos mesmos diretores de Ilha Quadrada, eis o Concertmaster, um front-end que transforma o Spotify em um poderoso player de música clássica. GRÁTIS!

Post escrito por Adriano Brandão em 21/11/2012. Link permanente.